terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

"Cada coisa era cada coisa inteira, na união de suas infinitas partes. Mas e as sombras e o reflexos, esses que não se integravam em forma alguma, onde ficavam guardados? Para onde iria a parte das coisas que não cabia na própria coisa? Para o fundo do meu olho, esperando ofuscamento para vir à tona outra vez? Ou entre as próprias coisas-coisas, no espaço vazio entre o fim de uma parte e o começo de outra pequena parte da coisa inteira? Como um por trás do real, feito espírito de sombra e luz, claro-escuro escondido no mais de-dentro de um tronco de árvore ou no espaço entre um tijolo e outro ou no meio de dois fiapos de nuvem, onde?"


Caio F. Abreu